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Reposição de Vitamina D: Quando é necessária?

  • Foto do escritor: Redação Mydoctor
    Redação Mydoctor
  • 25 de mai.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 26 de mai.

A vitamina D desempenha um papel crucial em diversas funções do nosso organismo, desde a saúde dos ossos até o bom funcionamento do sistema imunológico. A deficiência dessa vitamina é comum, e muitas pessoas se perguntam: quem procurar para avaliar meus níveis e orientar a reposição, se necessário?


Vitamina D

Fatores como o uso constante de protetor solar, a pigmentação da pele, o tempo limitado de exposição ao sol e certas condições de saúde como metabolismo anormal e absorção reduzida podem levar a níveis insuficientes desse nutriente. é quando nessas situações, a reposição é necessária. Isso porque níveis baixos de vitamina D podem causar vários problemas para o organismo como: dores musculares, fraqueza muscular, dor óssea em qualquer idade, em mulheres gestantes pode causar deficiência no feto, em idosos o risco para fraturas aumenta, entre diversos outros problemas de saúde.


Baseado em dados da literatura, em relação aos valores ideais da 25(OH)D, o médico deverá avaliar de acordo com a idade e as características clínicas individuais, tendo-se como referência os seguintes valores:


  • Acima de 20 ng/mL é o valor desejável para população saudável (até 60 anos);

  • Entre 30 e 60 ng/mL é o valor recomendado para grupos de risco como: idosos, gestantes, lactantes, pacientes com raquitismo/osteomalácia, osteoporose, pacientes com história de quedas e fraturas, causas secundárias de osteoporose (doenças e medicações), hiperparatiroidismo, doenças inamatórias, doenças autoimunes, doença renal crônica e síndromes de máabsorção (clínicas ou pós-cirúrgicas);

  • Acima de 100 ng/mL: risco de toxicidade e hipercalcemia.


Vitamina D em Dia: Quem Pode Avaliar e Orientar Sua Reposição?


Os Principais Profissionais para Avaliar e Orientar a Reposição de Vitamina D são:


  1. Médico Nutrólogo: Este é, talvez, o profissional mais diretamente ligado à avaliação e otimização do estado nutricional, incluindo a vitamina D. O nutrólogo possui uma visão abrangente sobre a relação entre os nutrientes e a saúde, sendo capaz de:

    • Solicitar exames de sangue para verificar os níveis de 25(OH)D (a forma de vitamina D dosada no organismo).

    • Avaliar seu histórico de saúde, hábitos alimentares, exposição solar e fatores de risco para deficiência.

    • Diagnosticar a deficiência de vitamina D e identificar possíveis causas subjacentes.

    • Prescrever a dose adequada de suplementação, levando em consideração suas necessidades individuais.

    • Orientar sobre a melhor forma de suplementação (cápsulas, gotas, etc.) e a importância da adesão.

    • Acompanhar seus níveis ao longo do tempo e ajustar a dose, se necessário.

    • Integrar a avaliação da vitamina D em um plano de saúde mais amplo, considerando outros nutrientes e hábitos de vida.


  2. Endocrinologista: Este especialista cuida das glândulas endócrinas e dos hormônios, incluindo aqueles envolvidos no metabolismo da vitamina D. O endocrinologista é fundamental em casos de:

    • Suspeita de distúrbios hormonais que possam afetar a produção ou absorção de vitamina D.

    • Pacientes com osteoporose ou outras doenças ósseas, onde a vitamina D desempenha um papel crucial.

    • Condições médicas específicas que podem influenciar o metabolismo da vitamina D, como doenças renais ou hepáticas.

    • Avaliação de outras alterações metabólicas que podem estar relacionadas à deficiência de vitamina D.


  3. Clínico Geral (Médico de Família): O médico clínico geral é frequentemente o primeiro ponto de contato para muitas questões de saúde. Ele pode:

    • Solicitar a dosagem de vitamina D como parte de um check-up de rotina ou diante de sintomas sugestivos de deficiência (fadiga, dores ósseas, fraqueza muscular).

    • Orientar sobre a importância da vitamina D e da exposição solar saudável.

    • Prescrever doses iniciais de suplementação em casos de deficiência leve a moderada.

    • Encaminhar o paciente para um especialista (nutrólogo ou endocrinologista) em casos mais complexos ou quando uma avaliação mais aprofundada é necessária.


Quando as Altas Doses Podem Ser Consideradas?


A reposição de vitamina D em doses elevadas geralmente não é a primeira linha de tratamento para a maioria das pessoas com níveis baixos. As diretrizes atuais frequentemente recomendam doses mais baixas para a manutenção e correção gradual da deficiência. No entanto, em algumas situações específicas, altas doses podem ser consideradas sob estrita supervisão médica:

  • Deficiência Grave: Em casos de deficiência severa (níveis muito baixos de 25(OH)D no sangue), doses elevadas podem ser necessárias para uma correção mais rápida e eficaz.

  • Condições de Má Absorção: Indivíduos com certas condições gastrointestinais, como doença de Crohn, doença celíaca ou após cirurgia bariátrica, podem ter dificuldade em absorver a vitamina D adequadamente, exigindo doses maiores.

  • Resistência à Vitamina D: Em algumas condições genéticas raras, o organismo pode apresentar resistência aos efeitos da vitamina D, necessitando de doses mais elevadas para alcançar os níveis terapêuticos desejados.

  • Tratamento de Condições Específicas: Embora ainda em pesquisa e debate, altas doses de vitamina D têm sido investigadas como terapia adjuvante em algumas condições autoimunes e outras doenças, sempre sob protocolos clínicos rigorosos.



O que dizem os especialistas e a Ciência?


A comunidade científica é cautelosa em relação à suplementação de vitamina D em altas doses sem uma clara indicação e acompanhamento médico. As diretrizes de diversas sociedades médicas, como a Endocrine Society e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), enfatizam a importância da individualização da dose e da monitorização dos níveis séricos de 25(OH)D.


Estudos recentes têm buscado esclarecer os benefícios e riscos da suplementação de vitamina D em diferentes doses. Uma revisão sistemática e meta-análise publicada no The Lancet Diabetes & Endocrinology (1) analisou diversos ensaios clínicos e concluiu que a suplementação de vitamina D em doses mais altas do que as recomendadas para a maioria da população não demonstrou benefícios adicionais significativos para a saúde óssea ou para a prevenção de doenças cardiovasculares e câncer.


Por outro lado, alguns estudos pontuais sugerem potenciais benefícios de doses mais elevadas em contextos específicos, como o manejo de certas doenças autoimunes (2). No entanto, essas pesquisas ainda estão em andamento e requerem confirmação em estudos maiores e bem controlados.


É crucial ressaltar que a toxicidade da vitamina D é rara, mas pode ocorrer com a ingestão de doses extremamente altas por períodos prolongados, levando a hipercalcemia (níveis elevados de cálcio no sangue) e potenciais danos aos rins e outros órgãos.


Conclusão:

A reposição de vitamina D é fundamental para a saúde, e a suplementação é frequentemente necessária. Antes de iniciar qualquer suplementação, especialmente em doses elevadas, é imprescindível consultar um profissional de saúde qualificado, como um médico nutrólogo ou endocrinologista. Ele poderá avaliar seus níveis de vitamina D, identificar a causa da deficiência (se houver) e recomendar a dose e a forma de suplementação mais adequadas e seguras para você. A automedicação com altas doses de vitamina D pode ser prejudicial e não traz benefícios comprovados para a maioria das pessoas.



Referências Bibliográficas:

  1. Bolland, M. J., Grey, A., Gamble, G. D., & Reid, I. R. (2018). Effects of vitamin D supplementation on musculoskeletal health, cardiovascular disease, cancer, mortality, and other health outcomes. The Lancet Diabetes & Endocrinology, 6(11), 847-858.

  2. Martens, P. J., Gysemans, C. A., Verstuyf, A., & Mathieu, A. C. (2020). Vitamin D's Effect on Immune Function. Nutrients, 12(5), 1248.


Importante: As referências acima são exemplos e podem ser substituídas por estudos mais recentes e relevantes.



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